O planejamento, de um modo geral, diz respeito a intencionalidade da ação humana em contrapartida ao agir aleatoriamente (Luckesi, 1992), ao "fazer de qualquer jeito", desconsiderando um fim, um objetivo, e um agir de forma organizada (os meios) para construir/atingir o resultado desejado. O planejamento de ensino, portanto, é uma construção orientadora da ação docente, que como processo, organiza e dá direção a prática coerente com os objetivos a que se propõe.
Planejar significa pensar sobre as possíveis ações que pretendemos realizar. Ao pensarmos, planejamos nossas ações e, quando estamos agindo, continuamos a pensar e a planejar.
Se o ato de planejar está presente em nossas vidas, ele também está presente na nossa atuação profissional. E, como professores, temos que compreender que, do mesmo modo que pensamos, planejamos e previmos nossas ações do dia-a-dia, também precisamos pensar, planejar e prever o que vamos ensinar aos nossos alunos. Na verdade, precisamos planejar não apenas o que vamos ensinar, como também porque vamos ensinar, para que vamos ensinar, como vamos ensinar, onde vamos ensinar os nossos alunos.
Níveis de planejamento
- Planejamento do sistema de educação: É feito a nível nacional, estadual e municipal
- Planejamento da Escola: Expressa o posicionamento político (as finalidades da Educação escolar para a sociedade e para a escola, a filosofia, o tipo de homem que queremos formar etc...)
- Planejamento Curricular: Apresenta a filosofia de ação da escola, os objetivos da escola, os fundamentos de cada disciplina, processo de avaliação etc...
- Planejamento de ensino: É um documento mais elaborado da própria autoria do professor ou do grupo de professores de cada disciplina. Pode ser anual ou semestral e é dividido por etapas: Objetivo geral, objetivo específico, conteúdo de ensino, procedimentos de ensino, recursos didáticos e avaliação da aprendizagem.
- Planejamento de aula: Também chamado de unidade didática, é tarefa indispensável para o professor que deve ter clareza do objetivo de sua aula mesmo entes da entrar em sala.
Temas da Educação Física para as séries iniciais do ensino fundamental.
1ª
|
2ª
|
3ª
|
4ª
| |
Atividade de sensibilização corporal
|
X
|
X
|
X
|
X
|
Jogos Simbólicos
|
X
| |||
Jogos de Construção
|
X
| |||
Jogos de Regras
|
X
|
X
|
X
|
X
|
Rodas Cantadas
|
X
|
X
| ||
Brincadeiras Populares
|
X
|
X
|
X
|
X
|
Ginástica Geral
|
X
|
X
|
X
|
X
|
Dança Folclórica
|
X
|
X
| ||
Lutas Simples
|
X
|
X
| ||
Jogos Pré-desportivos
|
X
|
X
| ||
Atividades de Fundamentação do Esporte
|
X
|
Adaptado de Freire e Scaglia (2003).
ELEMENTOS DE UMA AULA CRÍTICO EMANCIPATÓRIA
Tem como seu idealizador Elenor kunz (1994) que utiliza a teoria Sociológica da Razão Comunicativa (Habermas – filósofo da escola de Frankfurt).
Uma aula deve ter como caminho a ser percorrido em seu desenvolvimento:
· 1. Arranjo material: Materiais necessários para a realização da aula
· 2. Transcendência de limites pela experimentação: que os alunos descubram, pela própria experiência manipulativa, as formas e meios para uma participação bem sucedida em atividades de movimentos e jogos
· 3. Transcendência de limites pela aprendizagem: Que os alunos sejam capazes de manifestar pela linguagem ou pela ou pela representação cênica, o que experimentaram o que aprenderam, numa forma de exposição que todos possam entender.
· 4. Transcendência de limites criando: Que os alunos aprendam a perguntar e questionar sobre suas aprendizagens e descobertas, com a finalidade de entender o significado cultural dessa aprendizagem, seu valor prático e descobrir, também, o que ainda não sabem ou aprenderam.
A pedagogia Critico emancipatória tem por objetivo a formação de sujeitos críticos e autônomos para transformação (ou não) da realidade em que estão inseridos, por meio de uma educação de caráter crítico, reflexivo e fundamentada no desenvolvimento de três competências:
1) A competência objetiva: que visa desenvolver a autonomia dos alunos através da técnica;
2) A competência social: referente aos conhecimentos e esclarecimentos que os alunos devem adquirir para entender o próprio contexto sócio-cultural;
3) A competência comunicativa: que assume um processo reflexivo responsável por desencadear o pensamento crítico, e ocorre através da linguagem, que pode ser de caráter verbal, escrita e/ou corporal. (KUNZ, 1998).
É por meio de um processo de reflexão-ação, possibilitado pelos três planos apresentados, que os discentes tomam consciência de que o esporte nada mais é do que uma invenção social e não um fenômeno natural, pois sendo uma instituição socialmente construída na moderna sociedade industrial, acaba reproduzindo as ideologias e a imagem do homem e mundo propostos por este modelo social.
Fonte:
SCARPATO, Marta. Como planejar as aulasa de Educação Básica. São Paulo: Avercamp, 2007
KUNZ, Elenor. Educação Física: Ensino & Mudanças. Ijuí: Unijuí, 1991.
_____. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Unijuí, 1994.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.